"O amor nunca é desperdiçado. Quanto mais der, mais amado se
sentirá." Mo Gawdat
Quem Nunca Morreu de Amor
EDUARDO SÁ
Quem Nunca Morreu de Amor
EDUARDO SÁ
Há amores que nos matam aos poucos quando sentimos mais saudades que esperança.
Eduardo Sá avisa, logo no início: cuidado com o que se procura num livro de amor. Porque arriscamo-nos a encontrar, no espelho das páginas, a nossa própria história, as relações que tivemos, os homens ou as mulheres que amámos (e que ainda hoje nos visitam, quando à noite se aninham nos lençóis da memória). Nas histórias dos outros, que Eduardo testemunha e observa, revemo-nos sempre. Os nossos amuos, as dúvidas, os medos, a esperança. Guiados por ele, trilhamos novamente o caminho tantas vezes percorrido; mas descobrimos que afinal havia ali um cruzamento que nos tinha passado despercebido (onde poderíamos ter mudado de direção), ou uma ponte que decidimos ignorar (quando era tão fácil atravessá-la).
Descobrimos também, por entre textos onde o amor é sempre posto a nu, uma outra história que emerge de mansinho, em quadros pontuais. Conhecemos João Anacleto, homem resignado à vida, e a bela e livre Esmeralda, que o destino lhe devolve passados 30 anos. Vemos como uma corrente de bicicleta, ao partir-se, os volta a unir. Ou talvez não.
Porque o João e a Esmeralda somos também nós, às vezes tão dados a equívocos, tão presos a bravatas e orgulhos que nos esquecemos de ver o essencial. E o essencial, ao contrário do que pensamos, não é invisível. Vê-se no olhar de quem nos vê o coração.