“Mesmo se não pudesse amar-te mais, ainda não teria de modo nenhum acabado de te amar.” Lemos esta frase já muito perto do final do livro, quando não restam dúvidas de que tudo o que ficou para trás é uma homenagem a Ubac, o cão que durante anos acompanhou os passos de Cédric Sapin-Defour. Pelo caminho ficaram centenas de outras declarações de amor, pulsantes de alegria, ou polvilhadas de dor, a par das memórias do tempo que o autor passou ao lado do boiadeiro de Berna que lhe mudou a maneira de olhar o mundo, ao ensiná‑lo a comungar em pleno com a natureza.
“A vida, para quem quiser vê-la, está em todo o lado, e quem diz que está sozinho é cego” é uma das muitas lições aprendidas – Cédric Sapin-Defour, professor de profissão, foi o melhor aluno que Ubac poderia ter tido. Porque o tratou como seu igual, pronto a descobrir em conjunto o valor do que realmente importa, apreciar o momento, cuidar do próximo ou, simplesmente, sentir.
Obra confessional e literária, de uma beleza rara, começa com a leitura de um anúncio de jornal sobre o nascimento de doze cachorros e dá lugar a uma inesquecível história de amor, com que todos nos podemos identificar. Em pouco mais de um ano, O Cheiro Dele Depois da Chuva tornou-se num dos maiores fenómenos literários de sempre em França. Lançado na primavera de 2023 por uma pequena editora, já vendeu mais de 400 mil exemplares.
Livro do ano para o Le Point, vai ser publicado em 15 países e adaptado ao cinema.