Poucas pessoas sabem, mas no coração de Tóquio há uma pequena biblioteca comunitária, e ali trabalha a imponente senhora Sayuri Komachi. Dizem que tecla no computador a uma velocidade estonteante. Nos momentos mortos, com agulha e lã, constrói amorosamente pequenas figuras em feltro que oferece como brinde aos leitores – pode ser um pequeno avião ou um caranguejo, uma colher ou uma flor. Diz-se também que faz a mesma pergunta a todas as pessoas que entram na biblioteca: “O que procuras?”
A sua voz tem um estranho magnetismo, que leva os clientes a confessarem-lhe os seus sonhos mais secretos. Saem de lá com uma lista de livros, onde há sempre um título inesperado. Mais tarde, quando o leem, descobrem portas e janelas onde antes só viam paredes, encontram desvios, onde antes só viam obstáculos.
O Que Procuras Está na Biblioteca, o romance da premiada jornalista Michiko Ayoama, apresenta-nos as histórias de várias personagens cujo destino se vai ligando por fios quase invisíveis. Nelas revemos a nossa própria história, os nossos desejos por cumprir. E, tal como elas, percebemos que os livros são mágicos, têm o poder de abrir novos caminhos.