Como é que enfrentamos o envelhecimento das pessoas que amamos?
Apesar de trabalhar há anos como cirurgião, Atul Gawande só se apercebeu até que ponto estava mal preparado para lidar com a morte quando foi confrontado com a decadência do pai. Estaria o pai disposto a viver até onde fosse medicamente possível? Ou só enquanto tivesse qualidade de vida? E em casa ou num lar? O que era realmente importante? As respostas, não lhe eram dadas por uma ciência cada vez mais desumanizada. A medicina, com todos os extraordinários progressos tecnológicos, tem vindo a centrar-se cada vez mais em (apenas) manter os pacientes vivos. O coração falha? Há cirurgias, próteses e transplantes. O resto pouco importa. Na pior das hipóteses o paciente volta ao bloco operatório para nova intervenção. Esquecida fica assim a vida nos intervalos das consultas e cirurgias. No entanto, conforme defende Gawande, devemos encarar a medicina como uma forma de prolongar a qualidade de vida. Existem geriatras, lares, hospitais, unidades de cuidados paliativos que oferecem aos pacientes dignidade, auto-estima, autonomia. Provam que o fim pode ser (re)escrito de outra maneira – muito mais feliz.
Leitura obrigatória para quem envelhece ou testemunha a velhice, Ser Mortal é o melhor e mais pessoal livro de Atul Gawande. Filosófico por vezes, comovente quase sempre, é a corajosa narrativa de um médico que conhece os limites da ciência, mas também o modo como ela nos pode servir melhor.
“A medicina preparou-se para a vida, mas não para a morte. Este é o mais forte e comovente livro de Atul Gawande.”
Malcolm Gladwell
Atul Gawande é cirurgião, escritor e investigador na área de Saúde Pública. Pratica Cirurgia Geral e Endócrina no Brigham and Women’s Hospital. Dá aulas no Departamento de Política e Gestão de Saúde na Faculdade de Saúde Pública de Harvard e também de Cirurgia Geral na Faculdade de Medicina de Harvard. Dirige o Ariadne Labs, um centro de inovação em sistemas de saúde, e preside à Fundação Lifebox, uma ONG que procura melhorar a prestação dos cuidados de saúde a nível global, ajudando os países com menos recursos. Nos quadros da revista New Yorker desde 1998, escreveu três bestsellers do New York Times: A Mão Que Nos Opera (finalista do National Book Award), Ser Bom Não Chega e O Efeito Checklist (publicados pela Lua de Papel). Recebeu dois National Magazine Awards, ganhou a MacArthur Fellowship e o prémio Lewis Thomas para Obras sobre Ciência.