Era a catástrofe do século. O tsunami de 26 dezembro de 2004 tinha dizimado a Ásia, e na comunicação social não se falava de outra coisa. Nelson Olim, de férias, preparava-se para ir à neve passar o primeiro fim de ano com a mulher, com quem tinha casado havia meses. Mas uma chamada, no dia 29, mudou-lhe os planos: “Queres ir para Sumatra? Vai haver uma missão.” O cirurgião, apaixonado pela emergência médica desde jovem estudante, cancelou as férias e voou, numa “lata velha”, para a Indonésia.
Tsunami é uma das onze histórias reais contadas neste livro, na primeira pessoa. Guiados por Nelson Olim, vamos cruzar a cidade de Lisboa numa viatura de emergência, com as sirenes a abrir caminho, ainda nos tempos em que trabalhava no INEM.
Vamos também conhecer uma tribo do Sudão do Sul e um hospital clandestino para feridos de guerra no Iémen, onde o médico se vê rodeado de soldados nervosos e com o dedo no gatilho. Assistimos a pequenos milagres, como uma ferida cardíaca fechada com agrafador ou uma cirurgia feita à luz de… telemóveis.
E em cada uma dessas situações limite, encontramos o cirurgião, de ego comedido como lhe ensinaram, a lutar contra a morte, Um Dia de Cada Vez.