"O amor nunca é desperdiçado. Quanto mais der, mais amado se sentirá." Mo Gawdat
09/12/2016


O autor levará o seu mais recente livro Querida Mãe a São João da Madeira, numa parceria Leya/CTT. A apresentação será seguida de sessão de autógrafos.


Sexta-feira, 9 de Dezembro, 18h30   .   Auditório CEI – Centro de Educação Integral   .  Av. Dr. Adolfo Coutinho, 378



As mães sabem coisas que ninguém mais sabe.


Parece que têm apenas cinco sentidos, mas não. Porque os olhos das mães têm superpoderes, atravessam paredes, e veem os disparates dos filhos (escondidos no quarto) ainda antes de eles pensarem sequer em fazê-los. Ouvem também sons impossíveis – como o silêncio, que vindo das crianças nunca é bom sinal (ou é sinal de que elas têm de ir a correr para a sala, a tempo ainda de apanhar o jarro de refresco a cair).

Do olfato não se fala, porque ao nariz de mãe não escapa nada. Tão depressa descobre a t-shirt da ginástica enrolada atrás do sofá, como deteta o cheiro da malandrice eminente – ou, quem sabe, do mouro que se avizinha na costa.

Paladar de mãe também é único, e não estamos a falar da comidinha especial nos dias de mimo (ou de doença). Só elas conhecem o sabor secreto dos filhos, e no sal das lágrimas adivinham logo o que mais nelas se esconde. E não vamos falar do tacto. Dedos de mãe lêem sempre em braille todas as emoções dos filhos – mesmo quando eles, convencidos de que são “crescidos”, recusam o cafuné.

As mães têm tudo, mas às vezes esquecem-se. Teimam em ser melhores ainda do que as mães delas o foram. Querem ser perfeitas. E desafiam Deus, quando procuram estar em todo o lado ao mesmo tempo. (E sempre roídas pelo remorso, acham que podiam ter feito tão melhor!)

 

Querida Mãe é uma espécie de carta de Eduardo Sá para as mães. Para lhes lembrar (com muito jeitinho) que elas não têm (mesmo) de ser perfeitas. Podem arriscar e errar um pouco mais. E ainda assim – fiquem descansadas – nunca andarão muito longe da perfeição.