"Os métodos de fermentação são muitos e variados; ela é praticada em todos os continentes, de milhares de formas diferentes. (...) verá como é simples aproveitar os poderes nutritivos e curativos dos alimentos e bebidas fermentados." Sandor Ellix Katz
Não Faças Mal
HENRY MARSH
Não Faças Mal
HENRY MARSH
O que sentirá um neurocirurgião ao tomar a consciência de que está a manipular, a cortar a própria matéria de que são feitas as emoções, memórias e pensamentos? Não lhe tremerá a mão, sabendo que um erro pode ser fatal? Se imagina a neurocirurgia como uma prática precisa, sofisticada, levada a cabo por médicos inacessíveis, este livro vai fazê-lo mudar de ideias. Henry Marsh, um dos mais conceituados neurocirurgiões britânicos, expõe-se aqui com uma honestidade rara na literatura médica. Página a página, descobrimos-lhe as diferentes facetas. Conhecemos o profissional obsessivo, movido pela “adrenalina da caça”, pelo gozo feroz de operar; sentimos-lhe a mal disfarçada vaidade na hora do triunfo; tememos por ele no bloco operatório quando tudo se desfaz e o vemos, “como um deus irado”, a praguejar em ataques de fúria. Quando porém termina a cirurgia e se deixa cair exausto na cadeira, sentimo-lo subitamente próximo, falível, quebrado. Ouvimo-lo confessar a ansiedade eternamente renovada antes de entrar no bloco operatório. Compreendemos o seu medo de dar esperança aos pacientes (ou o medo, ainda maior, de não dar). Perdoamos-lhe a tentação de fugir dos familiares quando tem de se apresentar diante deles, de ombros curvados, a carregar a notícia, o erro, a culpa. E é essa a imagem que fica de Não Faças Mal, o rosto humano de um médico que, no fim de carreira, procura a expiação.
“Quando um livro começa assim: ‘Tenho de cortar cérebros com frequência e é uma coisa que odeio fazer’, não podes ignorar, tens simplesmente de continuar a ler, certo?”
Karl Ove Knausgaard
“Quando um livro começa assim: ‘Tenho de cortar cérebros com frequência e é uma coisa que odeio fazer’, não podes ignorar, tens simplesmente de continuar a ler, certo?”
Karl Ove Knausgaard