
"Se estiveres ciente de que a tua história tem um final feliz, poderás preencher o teu presente de Alegria. Quanto mais esperança depositares em Mim, mais a Minha Luz Plena de Amor resplandecerá sobre ti – iluminando-te o dia." Sarah Young
O Estado Novo em 101 Objetos
FERNANDA CACHÃO

O Estado Novo em 101 Objetos
FERNANDA CACHÃO
Os objetos são palpáveis, materiais, não mentem. Escondidos do olhar, em arcas, gavetas, armazéns, remetem-se ao silêncio. Mas se lhes limparmos o pó dos dias e os observarmos com atenção, seremos capazes de ouvir as histórias que têm para contar.
Durante cinco anos a jornalista Fernanda Cachão investigou o legado material do Estado Novo, os objetos que décadas de ditadura deixaram para trás. Escolheu 101, lote onde cabem desde a fivela que adornava o cinto da Mocidade Portuguesa, ao Chrysler Imperial, pertença de Salazar, que oito comunistas viriam a usar numa ousada fuga da Prisão de Caxias.
Cada um dos objetos ajuda a construir o retrato do regime. Por exemplo, as refeições servidas na primeira classe da TAP em baixelas de porcelana Vista Alegre e Secla (e que podiam incluir caviar ou lagosta) representam uma época e a sua classe dominante – mas servem também para evocar a criação da companhia aérea nacional ou lembrar o facto de o ditador só ter andado de avião uma vez.
O Estado Novo em 101 Objetos é, pois, uma fascinante montra do que foi a vida portuguesa no tempo da ditadura. Em textos breves, vivos, incisivos, cada peça, cada carta, cada documento suscitam um leque de observações e assinalam, na cronologia da nossa História, o ponto onde foram inscritos – para hoje, mais uma vez, recordarmos o que nunca deve ser esquecido.